terça-feira, 31 de janeiro de 2012

FSS
Com ele sempre há tempo para seguir o som que vem da rua. Com ele o suave, o difícil, o intenso, o leve. Com ele horas e horas nãocontadas na cama. Com ele mãos nos pés, cafunés. Com ele conforto, conflito, choro, todo o riso. Com ele inspiração variada. Com ele pénaestrada em prosa boa, cantoria e "conversa, gata". Com ele pintas que caem. Com ele minutos mil na linha brasólis/maceió. Com ele socorro certo. Com ele cinema projetado nas paredes do quarto. Com ele temperos. Com ele empenho mútuo. Com ele livros em voz alta, alemanhas no peito e fals no hospital. Com ele o acordar gostoso, o dormir bem. Com ele poesia nas portas. Com ele sons, muitos sons. Com ele pedidos feitos no Vale do Eco. Com ele dança, mãe amarela, oração, tambores, flores. Com ele cheiros. Com ele presente valioso em segredo. shhhh. Com ele jargões doces e bobos. Com ele entrega. Com ele um espaço aberto entre o passo junto. Com ele diferenças. Com ele ele circulado em mim. Com ele um seguir. Com ele a completude da imperfeição. Com ele um amor maior, melhor. Com ele mais.
Com ele um tanto de tudo, e assim, tudo.
Com ele.
Oito meses com ele.
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Rádio Plutão
canta junto. de janelas abertas. =)
 
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quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Amada Blogosfera
Sinto
"Sinto muito de tudo
que absorvo, da onda
de nutrientes vitais
à nua sobrevivência:
de máscaras-espelhos,
necessárias somente
a partidos-egos, nada
retiro senão um fino-riso.

Nada sinto, senão
essa sólida interminável
sede de sentenças:
que permitam-me esvaziar
sobre a bancada de frustrações
mais um exemplar de desaventura -
aquela de dentro da alma.

Sinto revelar que não há
escape dessa sinuosa estrada
de enormes buracos: teremos
de passar por cima de todos
eles, um por um, antes
de atingirmos areia firme.

Sinto a maresia ventando
em meu rosto, a esteira
esperando-me, à sombra:
tuas curvas-guias
mostrando-me o caminho.

Na caminhada, sinto
o seu cheiro, mãos dadas:
a partida já foi dada
rumo à eternidade.

Sinto a idade chegando,
suavemente: a verdade
em teus afirmativos lábios.

Sinto meu sóbrio posto
de maturidade dentro de ti.

Sinto a liberdade."
Felipe Sanches enchendo o ar de poesia. os de coração quente agradecem =)
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Rádio Plutão
mal pode esperar. =). e dança e canta e vibra até lá!

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quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Presente Musicado
Obrigadinha, flor lu! =)



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Voar

Cazuza canta "eu não sei o que meu corpo habita nessas noites quentes de verão" e eu canto "eu não sei o que minha mente habita nessas noites ponto." Não, eu não "ando tão down" mas conto nos dedos as poucas vezes que minha mente não tem me acordado a tapas no meio da madrugada. Tapas mesmo, nada de um "ei, izinha" nos ouvidos. E o mais interessante é o vasto leque temático e reacional. É um tal de afundar em paranóias, chorar a dor do mundo, rir de tudo que teorizo, ficar em êxtase profundo pela alegria de estar viva, me entregar por horas ao barulho do vento nas plantas lá fora, ter insights geniais, escrever textos estapafúrdios, perder textos, ficar fazendo lista dos cheiros saudosos da infância, conversar com uma ou outra pessoa que já morreu, conversar com uma pá de gente que ainda tá aí na área (diálogos que são sensacionais no nãoclarão da noite e não fazem o me-nor sentido na manhã seguinte), elaborar justificativas plausíveis para me desfazer dos meus planos, remoer aquelas dúvidas clássicas, rodar mentalmente o "a fuga das galinhas" com músicas, imagens e frases memoráveis ("me life flashed before me eyes. it was really boring")e á... quando sobra um tempinho, dormir.
Acordo quasebem, de bom humor, um tanto cansada e passo parte do dia na tarefa de digerir (plutão!) a variada atividade noturna. Se me perguntam se dormi bem respondo simsim, o que não é de todo mentira, sem entrar em detalhes para poupar o universo de mais um mimimi desnecessário. Não classificaria o que tem rolado como insônia, já que não fico agoniada contando os minutos para dormir de novo. Eu simplesmente me entrego ao que vem. Entrego. Talvez por que a vida me manda ser contida - ser menos, sentir menos - e aí só me resta ser tudo escondida. Ou talvez seja o simples desejo leve e contínuo de voar. Voar enquanto tudo dorme. Voar fluida. Voar.
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terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Rádio plutão
cantou essa em sonho. palavra por palavra. em paz.
muito bom... =)

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sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Hã Biloute?
arte de carol coquine

¨¨ Clara Nunes canta...
¨¨ A fotoca acima foi tirada no Museu do Cinema em Turín. Coquine, queridaquerida, viu o "cantinho do escritor" e resolveu levar um pedaço dele assim para me mandar de presente. Que bonito! A poesia na poesia de luz. A luz na gentileza do presente. Obrigada, minha flor! Mil vezes obrigada... saudades suas, viu? beijomeu  =)
¨¨ Quem fez baldinho de lanche e esqueceu em casa? Quem? Quem?
¨¨ Na linha "who cares?", achei meu caderninho em casa de mamis. iêi.
¨¨ Minutos, horas, dias, anos passam. E passam com tudo que é deles. E vêm, continuam vindo, trazendo tanto mais. E às vezes a gente esquece de ver, de tanta coisa que é. A gente não vê o que É. Foca no que foi e no que pode ser, mas não no que é. putz. Por que às vezes é tão difícil manter os pés no presente? Nada não, gente, só tô aqui conversando com meu par de bambas azuis...
¨¨ Digo um "olá" para a colega de academia e ela responde com um "tá boa?". Ai, que DELÍCIA ganhar um pouquinho de mineirês assim, de surpresa. =)!
¨¨ Quando o seu trabalho é lidar com gente, você vai aprendendo a relativizar a falta de noção humana. Fulano fica 45 minutos no telefone dando faniquito porque não sabe aceitar que hierarquia existe (óóó!), que a prioridade do universo não é girar ao seu redor (óóó!) e trabalho é, pasmem, trabalho e não passeio. Juro que nem me estresso mais e no fim das contas acho até engraçado ver fulano se descabelando  por picuinha idiota. Ainda mais quando a vida manifesta sua tendência ao equilíbrio e 10 minutos depois alguém te liga assim, só pra ser gentil e agradecer pelo desenrolo macio de um processo.
¨¨ Já disse que amo a minha Ana? Já, né? Mas digo de novo. Amo aquela mulher.
¨¨ O santo que tinha dito "passar ano novo de branco pra quê? quem disse que eu quero paz?" ontem já mudou de idéia e discursou sobre o assunto enfática e espalhafatosamente. E eu só rindo. rs!
¨¨  Ingressos do show dos Los hermanos na mão!!!!!!!!!!! Hum² ponto.
¨¨ E á, férias! Um ótimo fds a todos. beijoazul =)
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Por que amo a fal
e ela é brilhante e ela me mata de rir e ela e ela e ela...
"*
O cara que mais discursa sobre não dever satisfação a ninguém é o cara que mais dá satisfação a geral. Inclusive quando, com tanta veemência, discursa sobre não dever satisfação.
*
Queria uns fones de ouvido novos porque os meus, batatíssimos, que me serviram muito bem durante muito, muito tempo, estão baleados. Era melhor o Sting cantar lá em Londres e eu encostar um copo na parede aqui em SP pra ouvir a musquinha, do que tentar alguma coisa com eles. Daí fui fazer pesquisa na internélei. Fiotes, não tenho nada a ver com a vida de ninguém, mas sério que vocês tão pagando miloca em fones de ouvido? Mais de miloca? Ah, não, tem uns mais baratos, de 600, 400 e 300 pila. Gente, sério. Alguém fala comigo, quero mesmo conhecer uma pessoa que tem 300 pila pra dar num fone. Me deixa passar o dia com você, ver sua vida, o que se come na sua casa, sei lá, preciso de ver isso de perto.
Môs fios, cês tão tudo loco.
(update: Opa, acabo de achar uns fones de $1220,00. A Carina mandou comprar dois, um prela e o outro pra mim. A Carol tá me ensinando uns mais em conta e o Max já foi logo tacando a mão na minha oreia e me chamando de pobre. São uns pândegos, os meus amigos.)"
Fal Azevedo
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Amada Blogosfera
" O mundo tem pressa, eu nem tanto
Li essa frase em uma entrevista do cantor, compositor e músico Cícero (para ler clique aqui).
Exatamente isso.
Para mim a arte é a excelente manobra de lidar com um ritmo próprio.
E se todos estão fazendo samba porque não posso fazer rock?
Se todos fazem rock porque não posso fazer jazz?
Se todos fazem jazz, eu posso fazer choro?
E se o choro está tão forte posso até fazer samba, não é?
É sim, buscar um ritmo próprio é o princípio de uma grande composição.

Começa na arte, estende-se pela vida."

Tibério Azul (aqui)
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quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

IM em: sim, não e dois dedos na testa (esse ainda em produção).

Iza:?
Jeann:
Iza:.
Jeann:?
Iza:.
Jeann: essa é a evolução da comunicação 
Iza: simsim. 2012 promete, darling...
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Comecemos pois

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quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Amada Blogosfera
"Retardado aos oito anos
Mãe é exagerada. Sempre romantiza a infância do filho. A minha, Maria Carpi, dizia que eu fui um milagre, que enfrentei sérias rejeições, que não conseguia ler e escrever, que a professora recomendou que desistisse de me alfabetizar e que me colocasse numa escola especial.

Eu permitia que contasse essa triste novela, dava os devidos descontos melodramáticos, entendia como licença poética.

Até que mexi na estante do escritório materno em busca do meu histórico escolar.

E achei um laudo, de 10 de julho de 1980, assinado por famoso neurologista e endereçado para a fonoaudióloga Zulmira.

“O Fabrício tem tido progressos sensíveis, embora seja com retardo psicomotor, conforme o exame em anexo. A fala, melhorando, não atingiu ainda a maturidade de cinco anos. Existe ainda hipotonia importante. Os reflexos são simétricos. Todo o quadro neurológico deriva de disfunção cerebral.”

Caí para trás. O médico informou que eu era retardado, deficiente, não fazia jus à mentalidade de oito anos. Recomendou tratamento, remédios e isolamento, já que não acompanharia colegas da faixa etária.

Fico reconstituindo a dor dela ao abrir a carta e tentar decifrar aquela letra ilegível, espinhosa, fria do diagnóstico. Aquela sentença de que seu menino loiro, de cabeça grande, olhos baixos e orelhas viradas não teria futuro, talvez nem presente.

Deve ter amassado o texto no bolso, relido sem parar num cantinho do quintal, longe da curiosidade dos irmãos.

Mas não sentiu pena de mim, ou de si, foi tomada de coragem que é a confiança, da rapidez que é o aperto do coração. Rejeitou qualquer medicamento que consumasse a deficiência, qualquer internação que confirmasse o veredito.

Poderia ter sido considerada negligente na época, mas preferiu minha caligrafia imperfeita aos riscos definitivos do eletroencefalograma. Enfrentou a opinião de especialistas, não vendeu a alma a prazo.

Ela me manteve no convívio escolar, criou jogos para me divertir com as palavras e dedicou suas tardes a aperfeiçoar minha dicção (lembro que me fazia ler Dom Quixote, e minha boca andava apoiada no corrimão dos desenhos).

Em vez de culpar o destino, me amou mais.

Na vida, a gente somente depende de alguém que confie na gente, que não desista da gente. Uma âncora, um apoio, um ferrolho, um colo. Se hoje sou escritor e escrevo aqui, existe uma única responsável: Maria Carpi, a Mariazinha de Guaporé, que transformou sua teimosia em esperança. E juro que não estou exagerando." (grifo meu)
Fabrício Carpinejar
que bonito.... mil vivas para a dona mariazinha... =)
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Rádio Plutão
"leva até vocês mais um programa da série a série "dedique uma canção a quem você ama"..."
http://grooveshark.com/#!/s/Branquinha/4b6MwQ?src=5
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PSs
latifúndio = acolhimento em abraço verde
geladeira não é armário
amor líquido
prefiro os covardes aos hesitantes
hoje é dia de ana. iêi.
show dos los hermanos em maio. preparem-se para tietagem sem fim
vestido não combina com chuva e ventania
caderninho ainda sumido
"vamos viver tudo que há pra viver."
"VAMOS NOS PERMITIR." (né lutianita?) =)
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terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Flor e marimbondo em sonho


arte de duy huynh

Shhh. A melhor vitória talvez seja a secreta. Aquela que dispensa voz que a brade pelos ares, a que prescinde de aplausos até próprios. Shhh. A vitória silenciosa é tão pura e valiosa que mal pertence a você mesmo. E pensando nisso dormi para sonhar com a Flor. Ela ali, com pés imóveis e corpo curvado pelo peso do óleo encharcando o vestido sujo. Ela ali se sabe só e não espera por mãos que a levantem. Seu próprio pensamento é o que a liberta. E o vestido seca transformando o líquido espesso em cores. E flores se formam e se descolam do pano puxando o corpo para sua posição ereta. E ela anda. Ela anda. Quase voa.
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segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Acordei de manhã já meio com a pá virada por causa da noite com três sonhos estranhos, agoniantes, e grilada com o fato de em todos eles eu ser outra pessoa que não eu. Mal sabia eu que abomináveis  acontecimentos transformariam a hipótese grilada de eu não ser eu mesma em algo docemente almejado o resto do dia. So far, azedice pura. Mau humor histórico. Mimimis.
Fal, quero meu bamba azul.
Sem mais.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Hã, Biloute?
mafalda
¨¨ Hoje de manhã meu amor usou o adjetivo "engraçado" para definir meu cabelo (a boca, gentil, diz "engraçado" mas os olhos dizem é "feio pra cacete" mesmo, sabe como é...rs!), que eu pareço estar usando uma peruca na linha "França século XVII". Cabelo espalhafatoso com ares de baronesa excêntrica? AMO. (vide fotinha do perfil) Além disso, expliquei a ele a matemática cachos = surpresa diária e que eu e meu cabelo seguimos o lema " a gente faz o que pode" há 35 anos. É assim que funciona. =)
¨¨ Ok. Pagamento de todos os impostos e taxas adiantados e lá vou eu fazer a vistoria pra transferir o bubu novo pro meu nome. Fila pra dar entrada na papelada, fila pra vistoria, vistoria feita, mais uma fila gigaaante no atendimento, horas de espera, eu finalmente sento na frente do moçoilo, ele confere a documentação e quando aperta uma tecla no computador... o sistema cai... pra não mais voltar. É o Detran DF enchendo o contribuinte de orgulho. Aff.
¨¨ O treino na academia anda tão pesado (eu é que tô fora de forma, né?) que toda vez que realizo tarefas básicas como esticar o braço para pegar o telefone ou colocar a mochila nas costas sinto o mundo em câmera lenta e ouço o barulho do "Homem de Seis Milhões de Dólares" em movimento. Sim, eu sou antiga, eu sei. A título de esclarecimento:


¨¨ Viciada ponto. Sempre que tenho um tempinho corro pra cá . Muito bom!
¨¨ Putz. Sábado, chuvinha gostosa, carro e a Nacional FM apresentando versões lindas no programa "as filhas de Martinho". Até que chega a Simone, a pior serial killer de originais de todos os tempos, assassinando "Madalena". Eu? Fui tomada por uma vontade visceral de engolir uma granada de mão (sem pino), desliguei o rádio e cantei "Disritimia". Bonito isso.
¨¨ Acabei de arrombar a porta do meu quarto. Não pergunte. Se tem algo que não posso reclamar é de que nada diferente acontece na minha "rotina".
¨¨ Beijos a todos. =)
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Amada Blogosfera
"Viajando com Michel Teló
costumo me desligar de tudo quando viajo. É modo eficaz de higienizar a alma. Por isso, durante a viagem, evito acessar a internet, ligar a TV, saber sobre o que acontece na vizinhança e no mundo.

volto vazio e renovado.

só não consegui escapar de “Ai, se eu te pego”, do Michel Teló. Em cada parada na estrada, em cada cidade por onde passei, a canção estava lá, invadindo o meu cérebro:

“... delícia, delícia, assim você me mata...”.

ao voltar, soube que até soldados israelenses postaram um vídeo na internet dançando “Ai, se eu te pego”. E, de acordo com as notícias, parece que a canção “pegou” pra valer. Não só no Brasil, mas em várias partes do globo.

legal. É bom que o Brasil seja representado lá fora por aquilo que é de fato: um país popularesco. Antes o forró-sertanejo do Michel Teló que o roquinho eletrônico metido a inglês do Cansei de Ser Sexy.

não adianta espernear com o sucesso do cantor paranaense. Se os Estados Unidos internacionalizaram a Sandra Bullock, por que o Brasil não pode exportar para o mundo o “seu jeito Teló de ser”?

é o que temos pra hoje, é o que o Brasil é.

eu não curto. Talvez você também não. Mas quem somos nós diante dessa barulhenta gente brasileira que adora descer na boquinha da garrafa?

é a deselegância que nos define como povo. Conforme-se com isso. Ou pegue o primeiro avião para a Suíça. "
Marcos Guinoza, no excelente "o idiota feliz" (o link mora ali)
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Quanto Chico é muito Chico?

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quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

"Pelo sim, pelo não..."
Ontem. Show do Gilberto Gil. Nada que eu escreva aqui será suficiente pra descrever o quão lindo foi.
lindo. =)

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Pena leve
Se solta, voa.
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terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Depois
Dia de chuva. Todo. Do sair ao voltar pro travesseiro.
No início da noite ele me ligou contando que tinha passado a tarde no cemitério, no enterro da esposa de um amigo, mais nova que eu. Conversei com ele um pouco, falei sobre o que penso e lembrei as frases bonitas daquela canção do Cavaquinho. Desliguei o telefone e mandei um olho fechado de energia boa para a mulher que foi e para o homem e a filha pequenina que ficaram. E foi isso. Um minuto puro assim.
Gosto de acreditar que tenho uma relação tranquila com a morte. Nunca a concebi nem a senti com grandes alardes. Talvez por minha formação religiosa, talvez pelo meu jeito mesmo. Penso nela não como "o fim", mas como o fim da vida que conhecemos aqui na Terra, que parece grande mas é apenas mais um pedaço. Um pedaço importante do tanto já vivido e do ainda por viver. E é isso. A morte em si não me entristece. Me entristece a dor dos que ficam, essa falta que muda de cara com o passar do tempo mas não some nunca (oi Fal. oi Vá.). A mulher do amigo talvez esteja agora em um plano mais evoluído, talvez seja preparada para voltar em breve ao convívio dos seus aqui na Terra, talvez qualquer coisa diferente do que eu acredito ou imagino. Não sei. O que sei é que a morte está aí pra todo mundo. E quanto mais eu entro em contato com ela mais sinto gana de viver bem, de viver consciente. De olhar com mais serenidade para as alegrias e os revezes. De valorizar a simplicidade de cada dia e a relevância concreta dos que fazem parte do meu caminho. Soa blábláblá, eu sei, mas é como sinto. Rezo pelos que choram rios nessa noite molhada e peço a Deus que me dê a clareza necessária para andar com os pés no presente, distribuindo minhas "flores" e minha "mão amiga" aqui, em vida.
Vivamos o agora pois.

"Sei que amanhã quando eu morrer
Os meus amigos vão dizer
Que eu tinha bom coração
Alguns até hão de chorar
E querer me homenagear
Fazendo de ouro, um violão
Mas depois que o tempo passar
Sei que ninguém vai se lembrar
Que eu fui embora
Por isso é que eu penso assim
Se alguém quiser fazer por mim
Que faça agora
Me dê as flores em vida
O carinho, a mão amiga
Para aliviar meus ais
Depois que eu me chamar saudade
Não preciso de vaidade
Quero preces e nada mais"
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Falando nisso
Daniel Piza se foi...
Excelente escritor, excelente. Tem um pedacinho dele aqui no meu todo , o link pro blog dele mora ali ao lado e deixo aqui as bonitas homenagens do Marcílio e do Carpinejar.
Uma boa semana a todos.
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domingo, 8 de janeiro de 2012

Azul
"... porque azul é cor e cor é feminina..." =)!

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sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Rádio Plutão
dança, rodopia e canta com gana! =)


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Pois sim
arte de jana magalhães

Juntei papéis espalhados em locais variados e horas todas. Caderninho sumido.

Vesti aquela blusa verde que me embrulha pra presente.

Esqueci de procurar o caderninho dentro do carro.

Espalhei mais um papel.

Dei um telefonema daqueles de engasgar de tão bom.

Quis matar o professor de local. Mas não matei. Usei o bom e velho dois dedos na testa.

Discuti sobre a capacidade de aderência das aleluias com pessoa nova.

Bati meu recorde de prato leve. E repeti a melancia.

Ri feito boba no almoço.

Ouvi. Entendi.

Fechei os olhos um minuto pra sentir o quente do sol nas pálpebras.

Passei um batom mais forte.

Li a Cintia.

Escrevi pra Fernanda.

Quis escrever pra Vá mas o tempo acabou.

Combinei visitas.

Cantei Fiona com entusiasmo festivo.

Sentei a três.

Brilhei mais amarelo.

E defini meus fatalismos como bobagens passageiras.
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Amada Blogosfera
"Ensaios de sim

Não seja tão doce. Não me mande mensagens inesperadas às três da manhã. Não fale de sentimentos quando eu estiver falando de tesão. Não olhe tão fundo assim nos meus olhos, não pegue na minha mão com tanta ternura. Não me prometa carinhos cúmplices. Não jure qualquer coisa que não pode existir.
Não me convide para jantares, sobretudo, para almoços, que terminarão em cafés da manhã. Não repare em detalhes, expressões. Não repare que eu mexo a cabeça de um jeito engraçado enquanto falo. Não crie expectativas para não criar necessidades. Não dê a entender mais do que poderá dar. Não me beije quando tocar a nossa música.
Não sorria demais quando falar de saudade. Não fale de saudade. Não diga que precisa e que quer de novo e logo. Não compartilhe silêncios tão longos. Não permita que eu meça nossas mãos e que me apaixone pela sua pele tão branca. Não me conte se sentir meu cheiro de repente, não se perca tanto assim nos meus cabelos.
Não responda de imediato todas as minhas mensagens. Não responda tudo que eu perguntar. Não me deixe sem palavras. Não diga que sou diferente. Não me peça pra ser assim pra sempre. Não me faça acreditar tanto em você. Não seja exatamente como eu imaginei. Não seja tudo que eu sempre quis.
E, se possível, não dê ouvidos aos meus pedidos. Não fazem sentido algum."
Cintia (fazendo bonito aqui ó )
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quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Quereres Pontuais nº 5

arte de duy huynh

Queria descobrir o que te prende, o que você tem por dentro que te segura tanto. Porque é essa a impressão que tenho, que algo não te deixa fluir. Queria te ver fluir, te ver livre dessa pressão, dessa cobrança sua, dessa quasedureza. A "obrigação" de ter que ser tudo, ter que querer tudo e ter que ter tudo parece trazer um tipo de sufoco que afasta o poder de escolha, a beleza do poder escolher.
Queria descobrir o que te prende não pra te contar nem pra te soltar, mas pra entender e te ajudar a descobrir. E o mais importante, pra te ver fluir.
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terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Penso
Um texto inteiro escrito na cabeça. O tipo de texto que nem sei se é mesmo meu, pois a lembrança nítida do quasesono é de uma voz que me dita linha por linha nos ouvidos. E me lembro também daquela sensação que amo: a de sentir as palavras sendo escritas por detrás dos olhos. Amo.
Anyways, apesar de estar mais desperta que apagada não me levantei para escrever e o texto se foi. É assim que funciona. Mas lembro meio por alto que falava sobre ação e pensamento, sobre como muitas vezes o segundo deixa de ser parâmetro para guiar o primeiro... algo assim, não sei direito... palavras perdidas carregam um véu, uma faixa grossa de água caída na frente. A única coisa que não se perdeu no torpor fronteiriço da madrugada foi a frase "o pensamento é a arma mais poderosa que temos " e ela ficou piscando em neon na minha cabeça desde o primeiro minuto do acordar. Não sei a cor desse poder, mas boto fé na sua existência. É o pensamento que estabelece a frequência em que vibramos e é essa frequência que atrai o (de bom ou de ruim) que está na mesma sintonia. Ele abre portas para entendimentos importantes, criações festivas e mudanças de opinião necessárias. Mas esse poder pode ser perigoso para pessoas como eu, que tem uma certa tendência a remoer demais as coisas e a deixar o pensamento tomar gostos amargos e seguir por rumos descabidos. Que coisa. Engraçado, não me considero medrosa - respeito a morte, dores, doenças e baratas com tranquilidade. Mas temo meus pensamentos. Tenho medo de me perder neles e neles virar eu própria um texto perdido. Mas, agora que sei, sigo no treinamento constante de tentar mantê-los em seus sinuosos eixos. Agora sei. E tento.
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Rádio Plutão
Plutão só é só Plutão. Com Zeca é Babylon... =)


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segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

ela anda.
Por que amo a Fal
nada melhor que começar o ano com ela. =).

"Feliz 2012.

Que seja doce, engraçado, leve, que passe depressa, ainda que os dias passem devagar. Paradoxo né?

Que não nos falte trabalho.

Que não precisemos de explicação, laudos, ataduras e nem de talas, que haja brisa, água friinha em nossos rostos, gatinhos fofinhos em nossas mãos. Que o verão não fique tempo demais, que o necessário e o excelente se complementem ao invés de se atropelar (grifo meu, porque é lindo e merece grifo.), que cantemos o refrão bem juntinhos.

Que o Almeida Reis e o Nelson Moraes façam livros novos, que o tempero do chef Orlando não nos esqueça.

Que nossos olhos se encontrem, pelo menos uma vez, ainda que na sala lotada, e que possamos nos entender num silêncio de micro-segundos, num aceno quase imperceptível. Que você cuide do meu coração, que eu seja capaz de entender o seu. Que subamos mais esta ladeira, queridos, juntos, sendo bondosos, julgando menos, amando mais, cuidando uns dos outros, sorrindo, desejando, desenhando florzinhas no bloquinho do telefone e cantando musiquinhas sem rima para os gatos.

Que suas mãos encontrem as minhas, que sua voz alcance meu nome, que seu nome seja uma oração para mim.

Desejo, do fundo do coração, que a delicadeza continue nos encontrando E que ela queira, sempre, permanecer.

2012 é o ano em que o Drops faz dez anos. Dez. Que eu consiga lhe explicar quão importante é ter você aqui, como foi importante ter você aqui todos esses anos.

Muito, muito amor.

Fal

ps: Que a Portugão volte rápido."

Fal maisquequerida Azevedo
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